Sobre plantar sentimentos no terreno da lembrança...

 
   Era domingo, o dia estava acabando e eu nem sequer havia destrancado a porta para ver como estava o dia lá fora, a temperatura caía aos poucos e com ela se esvaía minha vontade de sair. Decidido a ficar "isolado" pelo resto do dia peguei o celular e comecei a conferir alguns stories no instagram e, aleatoriamente, surge uma atualização dela. Não lembro o que pensava na hora, mas de maneira ingênua, comentei e, depois de alguns cliques estávamos conversando. Conversa vai, conversa vem, alguns minutos de silêncio bastaram para que pensamentos intrusivos se espalhassem pela minha mente colocacando abaixo centenas de barreiras construídas para preservar algumas memórias felizes de quem tanto provocou minha tristeza.
  É, já a conhecia do passado, e aquele fatídico instante me serviu para trazer de volta algumas sensações e lembranças tentadoras, não senti desprezo, pois o que eu havia guardado em algum momento me fez bem e isso reconfortava os percalços do presente. Sei que, naquela noite, fui dormir com o coração leve tentando não criar expectativas frustradas de algum desejo inoportuno que pudesse surgir durante o sono.
  Os dias passaram, e aos poucos, as conversas foram perdendo a frequência, não havia mais reciprocidade e acabei deixando pra lá, não me senti desprezado, mas percebi que escolhi o momento errado para viver tal situação.
    O que eu aprendi com isso? Parei de insistir, pode parecer óbvio para a maioria, mas quando se trata de sentimentos, tudo fica mais complexo e, em apenas um momento em que baixamos a guarda acabamos por vivenciar essa situações que muitas vezes trazem até um desconforto. O que podemos fazer é seguir em frente e deixar que rotina afogue essas memórias, novas pessoas irão surgir e nos fazer entender porque nunca deu certo antes, parece clichê? Com certeza, estamos cercados por eles, é inevitável. Se isso é amor? Sinceramente, não sei. Mas quando for, vou saber, o que não dá é sobrecarregar o amor com tantas definições, dada sua pureza e simplicidade. E pra ficar claro, me refiro ao amor romântico, não aquele que sobrevive apenas no território do desejo e da carne, mas que sobrevive e floresce na rotina.
    Enfim, essa é mais uma breve história de quem plantou sentimentos no terreno da lembrança e sofreu com as intempéries das mudanças.
         
    

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